Força, foco e fé: vença a si mesmo

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Este texto estava escrito há muito tempo , dentro da minha cabeça, mas aflorou hoje quando li este artigo do Alberto Brandão no PapoDeHomem – já fica a dica do site excelente, caso não conheça o conteúdo do PdH.

Leia o texto, antes ou depois deste aqui, pois vale a pena. :)

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Esse sou eu, um dia.

Força

Vencer não é fácil. Vencer a si mesmo, naquela competição que mais importa, então, não é fácil MESMO. Eu tenho uma experiência muito interessante em relação a isso e vou explicar como é.

Eu desenvolvi / cresci com um medo de águas em que não consigo enxergar – águas turvas, escuras, piscina à noite, até banheira no escuro (pasme!). É uma mistura de medo dos bichos – por conta de algumas experiências um pouco assustadoras com eles, falta de habilidade para sobreviver na água e um pânico generalizado que não sei ainda de onde vem (talvez de outras vidas?). A questão é que não me dou bem com água. Acho lindo mar à noite e aquela caverna com um lago azul dentro, mas entrar na água não, obrigado.

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Uma paz de olhar. De mergulhar, nem tanto.

Não pense que eu me privava completamente de fazer as coisas em águas: cachoeiras, praias, lagos… Eu aproveitava, mas ficava sempre o danado do medo me espreitando. E depois de anos deste jeito eu fiquei de saco cheio e resolvi fazer o que dava pra fazer: eu entrei na aula de natação (falei sobre esta aula em outro post e meu primeiro professor e amigo Flávio Guerra até comentou por lá!). Desde 2014 eu venho nadando regularmente, com apenas um pequeno período de parada e, desde o ano passado, venho nadando com frequência (até quatro vezes na semana), graças às aulas no Clube Ítalo Brasileiro – com uma galera muito top que treina para competir. E muita coisa mudou em relação à minha experiência com água, me fazendo aproveitar muito melhor meus momentos aquáticos. Desde então, tive momentos de experimentação cada vez maiores, como estes:

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Cachoeira da Vovó Lúcia em Matilde. Fiquei horas sentado ali embaixo da queda d’água.

 

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Sim, este sou eu. Sim, eu tenho medo. Mas faço.

 

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Eu também nadei aí, nesta mega lagoa em Linhares.

 

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Túnel de água em Matilde. Entra em uma ponta, sai na outra. Um breu.

 

Tudo isto, para mim, é uma maneira de desenvolver minha “força”. Se, por um lado, estou treinando meu corpo para sobreviver aos desafios físicos, estou também fortalecendo minha mente para vencer aqueles mais difíceis, que acontecem apenas na imaginação.

Foco

Talvez este seja o maior dos pontos, a “cereja do bolo” para o meu processo pessoal de melhoramento físico, emocional e intelectual. Eu ainda não sou um ser humano focado. Meu hobby principal é começar vários projetos e terminar poucos.

Ter foco é seguir o ensinamento da Dory:

Neste ano de 2016 eu resolvi focar em três atividades que preciso realizar com frequência e ritmo, pra chegar ao final do ano satisfeito com meu foco.

1. Aprender a tocar um instrumento musical

Eu ainda me lembro quando o Salim, meu grande amigo, me deu um violão. O violão dele. Usado, mas novo. Ele havia comprado outro mas poderia ter ficado com esse. Só que ele me deu.

Eu tenho muita facilidade para música, sei quando algo está bom e quando não está; gosto de ritmo, de todo tipo de produção musical, de colocar um fone de ouvido e só curtir os sons que alguém criou para uma trilha; são raros os clipes que quero assistir: meu negócio é o som. E eu tenho facilidade para tocar um instrumento: parece que eu já sei, mas perdi a habilidade, como alguém que passa por uma limitação física após ter tocado durante anos. E assim também foi com o violão. Só que eu não sei usar o instrumento. Eu tentei aulas online, apostilas, dicas de amigos… E o violão ficou encostado muito tempo. Faltava… tocar.

Este ano estou me dando mais uma chance de focar nisto. Este ano eu resolvi que vou tocar todos os dias. Estou fazendo um novo curso online, mas desta vez é diferente: eu me programei para tocar todos os dias, coloquei alarme, troquei as cordas do violão, comprei paleta e reservei um horário. Eu já consigo tocar todos os dias? Ainda não, mas vou chegar lá.

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Apenas continue voando.

2. Ter um alongamento físico decente

De tão “encurtado”, eu sou praticamente uma pedra. Alongar, pra mim, é sempre difícil, preciso me esforçar muito pra não gemer, gritar, chorar ou bater em alguém. Comecei o ano com as dicas do meu primo Thiago, cujo alongamento virará um pequeno guia em breve. Neste momento estou fazendo alongamento ao menos duas vezes na semana, gratuitamente, na praia de Camburi. É um serviço excelente oferecido pela Prefeitura Municipal (se você tem interesse, apareça por lá às terças e quintas, 18h50; dura em média 40 minutos).

Além da natação, que também faço terças e quintas, estou caminhando / correndo (mais correndo que caminhando) 5km toda segunda, quarta e sexta. Os fins de semana ainda são um mistério.

3. Diminuir drasticamente ou parar de comer carne

É algo tão onipresente que parece até idiota querer ficar sem comer carne. Mas eu já fiquei, por razões diferentes, em outro momento, então sei que é possível. Há alguns anos, passei oito meses sem comer carne de mamíferos ou aves. Eu comi peixes e mariscos, mas em poucas ocasiões. Este ano quero passar sem comer nem isso. Se você sente alguma vontade e quer uma posição ideológica interessante, veja o documentário Cowspiracy (tem no Netflix), a matéria do Greenpeace (em inglês) e os dados da agência ambiental americana, a EPA, sobre a emissão de gases de efeito estufa.

Para isso estou aprendendo a fazer receitas de soja (como leite e tofu), pastas árabes sensacionais e a comer melhor.

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Nada fácil, pessoal. Traçar os objetivos é só o primeiro passo da jornada.

Dedico esta seção à Kristina, que tem me ensinado silenciosamente a ser focado, mesmo que ela não saiba.

Para pessoas ansiosas como eu, vivo dizendo para esquecer do mundo. Se você é ansioso, mesmo que se esforce para não se preocupar com nada que venha à frente, não planejar, não tentar encaixar o futuro em algum modelo mental particular, por mais que queira e se desligue disso, vai reduzir no máximo 10% sua ansiedade em relação a algo. Você ainda vai estar 90% ansioso. Mesmo assim, agarre bem e lute esta luta porque estes 10%, ah… Estes 10% ensinam muito.

Fazendo este exercício ao longo dos anos, me percebo bem menos ansioso do que já fui, mas ainda muito comparado ao que posso ser. Isto é fé. Eu não apenas acredito que o futuro pode ser melhor, eu sei que pode ser se eu aprender a enxergar melhor. Eu apenas sei.

Esta seção dedico à Drica Lorete, que um dia selou para sempre a tríade Força, foco e fé! comigo e com a Kris.

Se você acha que eu estou falando besteira, saiba que a ciência também mostra que é assim que funciona: você pode reorganizar os circuitos do seu cérebro. Eu já escrevi sobre isso pois fiz um curso sensacional, que você também pode fazer, que me ensinou a enxergar assim.

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Crédito das imagens: Unsplash.

  • Mariana Segatto

    Rapaz, que orgulho que eu tenho de você.
    E eu chorei lendo isso.

    • Obrigado, Giga. É no esforço diário que se vê quem realmente quer mudar para melhor. :)

  • andré forecchi

    Dalhe vicolinha!!! Estava eu a olhar uns blogs e me lembrei do teu blog. A um primeiro momento pensei que eu ão entenderia nada das novas dificuldades/inovações e ‘issues’ do mundo do design moderno. Mas vim aqui dar uma olhada e fiquei encantado! Me amarrei nas histórias, na superações, nos projetos… Massa mesmo! Dekola manda um grande abraço a distância, desejando a única coisa que não pode faltar No Caminho: Autodisciplina! Abraçera!!!