Sob a sombra gentil de uma árvore ancestral, duas figuras repousam sobre a terra firme, partilhando um silêncio preenchido de entendimento. Uma delas, envolta em simples vestes, exibe uma serenidade que parece emanar da própria essência do ser; a outra, com olhos que refletem uma compaixão infinita, traz em seu olhar o abraço de toda a humanidade.
“Na quietude profunda do ser, encontrei um oceano sem margens, onde cada gota de vida se funde e se separa num eterno balé,” disse uma voz, tão leve quanto a brisa que dançava com as folhas ao redor.
“E nessa dança, descobri que o amor, em sua forma mais pura, não conhece fronteiras, não faz distinções entre o eu e o outro, entre o sagrado e o profano,” respondeu a outra voz, doce como o mel que adoça sem sobrecarregar.
“Neste caminho, vi a dor de se apegar àquilo que é efêmero, à busca incessante por um estado de êxtase que, uma vez encontrado, logo se esvai como a névoa ao amanhecer.”
“Sim, a verdadeira liberdade reside na aceitação de cada momento, tal como ele é, sem desejar que fosse diferente. No abraço da impermanência, encontra-se a paz.”
“Mas, mesmo na impermanência, há uma beleza inquebrantável, uma verdade que permeia todas as coisas. No coração da transitoriedade, o eterno se revela.”
“Assim é, e no serviço aos outros, nesse dar de si sem esperar retorno, descobre-se a chave que abre todas as portas, que dissolve todas as barreiras, unindo-nos em uma tapeçaria divina.”
A conversa flui como um rio, sem esforço, cada palavra uma pedra preciosa depositada com cuidado no leito da compreensão mútua. Ao redor, o mundo segue seu curso, indiferente e, ao mesmo tempo, parte dessa troca sagrada.
E então, no silêncio que se segue, não há mais distinção, apenas a unidade de dois espíritos que, embora trilhando caminhos distintos, encontram-se na mesma jornada, rumo ao coração do infinito.